Digamos: um espaço no qual os eventos mentais podem ocorrer, um espaço-ideia que é, talvez, universal. Nossas consciências individuais têm acesso a este vasto espaço universal. Tal como temos casas individuais, mas a rua do lado de fora da porta pertence a todos. É quase como se as ideias fossem ideias pré-existentes dentro deste espaço.
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Como seres humanos, habitamos dois mundos distintos e separados, duas paisagens. Habitamos o mundo físico, mas ao mesmo tempo sendo que nós só podemos experimentar verdadeiramente nossa percepção desse mundo, parece que na realidade nós mais vivemos em mundo puro de consciência e ideias. E me surpreendem os territórios que devem existir neste espaço mental que devem ser compostos inteiramente de ideias e conceitos. Em lugar de ilhas e continentes, deve haver grandes sistemas de crenças e filosofias. O marxismo pode ser uma ilha. As religiões judaico-cristãs podem constituir outras terras ou continentes.
As mentes humanas interagem, embora debilmente, de formas limitadas, com a espaço-ideia a cada momento do dia apenas para levar adiante nossas vidas diárias. Se quer realmente ideias únicas, se é um artista ou inventor ou alguém que trabalha com ideias únicas e novas, deverá submergir diretamente nos subterrâneos, na profundidade da espaço-ideia para encontrar essas ideias que nunca foram pensadas antes. (The Mindscape of Alan Moore)