Bruno Pontes da Costa
O termo “imanência” é normalmente entendido como uma força divina, uma divindade ou o ser divino, que permeia todas as coisas que existem e é capaz de influenciá-las direta ou indiretamente. Tal significado é comum no panteísmo e no pampsiquismo, isto implica em que a divindade esta inseparavelmente presente em todas as coisas. Neste significado de imanência é distinto da transcendência, mais tarde entendido como a divindade sendo separada ou transcendente ao Mundo.
No contexto da teoria de Kant do conhecimento de imanência, significa manter nos limites da experiência do possível.
A transcendência é um termo que na Filosofia pode conduzir a três diferentes, porém relacionados significados, todos eles originaram-se da raiz latina“ascender” ou indo além, sendo, um significado originado na filosofia antiga, passando pela filosofia medieval e moderna.
Algo é transcendental se isto tem um papel no modo como a mente “constitui” os objetos e se faz possível a nós experimentá-los como objetos em primeiro lugar (algo palpável, tangível). Normalmente o conhecimento é o saber sobre um determinado objeto; conhecimento transcendental é o saber de como é possível para nós experimentarmos estes objetos como objetos. Isto se baseia no conceito de Kant do argumento de David Hume que certas características do objeto (tais como a persistência, relações causais) não podem derivar da impressão que temos deles.
A discussão aqui originada se dá em torno dos conceitos de imanência e transcendência e está exposta principalmente, nas obras de Spinoza, Emmons e Manuel Sérgio, situação a qual no momento, nos impossibilita tecer determinados comentários, devido a profundidade do assunto em pauta e o tempo correlacionado.
Em essência bruta, a imanência, por meio da etimologia, se traduz pelo pertinente a um ente, como a existencialidade própria do ser humano. Oimanente está no todo que compreende o ser humano, o próprio homem, mas, o transcendente é tudo o que está na possibilidade humana. Ao concordar-se com Emmons (2000), sobre a inteligência espiritual, admite-se que o sentido imanente dessa inteligência espiritual possibilita e pode promover a transcendência. Para o autor, a espiritualidade ou inteligência espiritual permite ao sujeito estabelecer um contato íntimo com o poder supremo e com o próprio sujeito, com o mundo, com a morte e com a vida, considerando esse dado como forma de compreensão cognitiva.
A divindade seria transcendente e, ao mesmo tempo, imanente. Seria transcende porque só Ela seria o ser, enquanto o mundo dos seres visíveis seria a pura ilusão do conhecimento abstrativo. A Divindade seria também imanente porque estaria, atualmente, presa no mais profundo de todas as coisas (ANACLETO, 2006).
A inteligência espiritual é definida a partir de dois aspectos: a existência de um conjunto de capacidades (faculdades) e habilidades associadas à espiritualidade (cognitivos de fé ou exercício de fé) e às diferenças individuais dessas capacidades e habilidades conferidas pela subjetividade desse sujeito. Nessa mesmo entendimento, a inteligência espiritual consiste em um conjunto de competências que fazem parte do conhecimento adaptativo desse homem, o que caracteriza o processo cognitivo.
Nessa perspectiva, a transcendência, relacionada ao sagrado, é resultante latente de uma formação espiritual que consiste na reunião de informações e conhecimentos relativos ao sagrado e que permitem que o sujeito se aproxime do divino, do espiritual, da crença, da religião, de Deus.
Etimologicamente, transcender é elevar-se acima ou ir além do mundo e do cotidiano. Com relação ao divino, é aproximar-se, estreitando o relacionamento com o sagrado.
Os dois conceitos, com certeza são faces de uma mesma substância. A própria possibilidade de transcender é imanente ao ser humano. Correlações entre espírito e corpo. Dimensões humanas do ser.
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http://brunopontescosta.blogspot.com.br/2011/05/voce-sabe-diferenca-entre-imanencia-e.html